O silêncio, comum na vila da periferia
da grande cidade, viu-se corrompido. A barulheira, de sopetão, instalou-se com
a zoeira. A insônia e reclamos propagaram-se pelos lares!
A gurizada, como piruada, improvisou
festa por algum motivo. As músicas, de alto som e estranhos gostos, rompiam a
harmonia e silêncio de cortiços, favelas e mansões!
Os moradores, modestos assalariados ou
profissionais liberais, aspiraram convivência e repouso. A parafernália
eletrônica, nem por minutos ou segundos, dava silêncio e trégua!
A algazarra e barulheira, com
bebedeira, comilança e gritaria, estendia-se manhã adentro. A falta
de limites, comum em ditos modernos jovens, via-se como realidade e sina!
Alguém, nas avançadas horas, careceu da
inteligência e paciência. O anônimo cidadão, protegido e resguardado
pela escuridão, ensinou os limites práticos da civilidade humana!
O corajoso e impaciente, na surdina,
jogou boas e poucas pedras. Os artefatos, no alheio telhado, fizeram especial
estrago e estrondo. A barulheira, no piscar de olhos, silenciou!
Os festeiros, no exemplo prático,
conheceram facetas das veladas normas e regras das favelas e vilas. A ação,
carente de combinados, reconhece e respeita costumes e hábitos!
Só Deus soube donde surgiram as
abençoadas ou malfadadas pedras. O indivíduo, na variedade de gostos
e preferência musicais, escuta o volume ao grau dos próprios ouvidos!
Os reclamos e xingamentos, diante da
alheia incompreensão e inércia, perdem-se ao sabor dos ventos. Os gatos, a
noite, revelam-se costumeiramente pardos!
Guido Lang
“Crônicas das Vivências”
Crédito da imagem: http://wp.clicrbs.com.br/ambienteurbano/tag/favela/?topo=98,2,18,,,67
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