O religioso, inspirado na pregação,
externava ameaças e promessas. O silêncio, no culto dominical, via-se completo.
Os membros refletiam nas chocantes e duras alocuções!
O cidadão, recém convertido a
congregação, deparou-se numa dúvida. Ele, na real, queria mesmo a salvação
divina? Estaria interessado em viver na monotonia do paraíso?
A correção, nas alturas, seria deveras.
As almas, como salvas, careceriam dos tradicionais pecadinhos. A rotina, sem
fofocas e novidades, seria cansativa e enjoativa!
A ideia então foi de ir ao inferno. O
lugar, na junção das “perdições do mundo”, manteria festas e folias! O diabo,
na astúcia dos argumentos, poderia ser conversado e dobrado!
As saidinhas, nos bailões e noites,
poderiam continuar! As intimidades, nos efêmeros e prazerosos instantes, seguiriam inscritos
na sina semanal!
A prática, como exercício, revigorava
corpo e alma. A retidão, nas alturas, entendia-se como privação. A
solução consistia em incorrer em riscos! “Quem não arrisca, não petisca”!
Afinal de contas! Qual humano vê-se
livre dos pecados e recaídas? A pessoa, na meteórica passagem, abstém-se em ser
ferro puro. O indivíduo, na vida, faz difíceis escolhas!
As promessas de salvação, inspiradas
nas interpretações humanas, perpassam como suposições. Uns, para ganhar o pão
de cada dia, comercializam crenças e instituem dogmas!
Ameaças e fobias, como princípios da
fé, denunciam riscos e suspeitas! As crenças e ideias malucas angariam
igualmente adeptos e simpatizantes!
Guido
Lang
“Contos do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem: http://digitalblue.blogs.sapo.pt/9535.html
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