terça-feira, 30 de abril de 2013

Só para babar!


A mulher, toda arrumada e pintada, sai para o intervalo do meio dia. O local dos encontros e reencontros ocorre na praça central da cidade. Esta, pela aparência e formosura, assemelha-se alguma boneca ambulante!
A cidadã, com roupas justas e transparentes, coloca a vista a silhueta corporal. As joias, maquiagem e sorriso complementam o visual cinematográfico. “Uma mulher para nenhum homem colocar defeito!”
Os frequentadores, sobretudo masculinos, dimensionam de supetão os olhares. Uns, de imediato, despertam nos brios mais íntimos dos desejos. Algumas enciumadas, na concorrência, tratam de explanar: “- Olha lá a sicrana! Quê oferecida?”
Esta, para os amigos e colegas, fala dos reparos: “- Só para babar! Isso aqui já tem dono! A minha religião não permite certa liberdades e intimidades! O marido não gosta de me ver andar assim!”.
A necessidade de mostrar e ostentar os dotes revela-se deveras acentuado. Umas levam cantadas e depois improvisam queixas de abusos e inconveniências!
Os humanos tem extrema necessidade de angariar o reconhecimento social. As cantadas e floreios fazem parte das relações humanas. A ostentação mostra-se sinônimo de felicidade e realização para uns!

Guido Lang
“Singelas Fábulas e Histórias do Cotidiano das Vivências”

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segunda-feira, 29 de abril de 2013

A extrema dó


Um tradicional carneador, numa existência, abateu milhares de animais. Estes, para o consumo da carne e linguiça, relacionava-se a bovinos e suínos.
O fulano, conforme seu desabafo, sentia somente um remorso. Este ocorria na proporção da matança das rezes domesticadas e idosas.
As vítimas, conduzidos ao local do holocausto, sabiam perfeitamente das intensões. Os animais, como bois de canga e vacas de leite, lutavam de forma desesperada (para querer esquivar-se da hecatombe).
O desespero, amarrados numa árvore, significava digladiar-se com a corda. O bicho, a torta e direita, procurava libertar-se e safar-se! Os espertos pareciam dizer: “- Servi-vos toda uma existência e agora procedes dessa forma injusta! Uns irracionais estes malditos seres!”. Quê os homens fazem para não perder dinheiro?
Os humanos, de maneira geral, subestimam a astúcia e inteligência animal. Os temores da dor e incerteza costumam antecipar a morte! Com quê direito os ditos racionais arrogam-se de consumir os seres desprotegidos e fracos?

Guido Lang
“Singelas Fábulas e Histórias do Cotidiano da Vivência”

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domingo, 28 de abril de 2013

Luto: coisa de otário?


A finada mal baixou a terra! O corpo mal esfriou! A proposta de novo envolvimento toma forma! Perspectiva de nova união tornou-se realidade!
O enlutado, de imediato, recebe convite de nova companhia e parceria. Este, no sabor do desejo e solidão, viu-se aceito em horas ou dias!
A nova fulana atiçou e esquentou os brios mais íntimos. A dança desgarrada, diante de conhecidos e vizinhos, tomou forma nos eventos dos bailes vespertinos.
O fogo da paixão, como excepcionais recém enamorados, ofendeu a memória da coitada da finada! Luto, como período de reflexão, tornou-se atitude de otário. Afinal! As décadas de convivências, debaixo do idêntico teto, cedo caíram no aparente esquecimento.
Os filhos, como benção e descendência, mantém-se como herança e lembrança! Como pode, depois de anos de convivências e juras, poder ignorar tão rápido uma história de relacionamento? O ser humano pensa no presente e esquece o passado!
O gênero humano surpreende em cada ato e situação! A falta de companhias e parcerias, na terceira idade, torna crucial o isolamento e a solidão. Uns, como “urubus pela carniça”, ficam na espreita da desgraça alheia. “Viúva/viúvo é quem vai e não quem fica!”.
                                                                            
Guido Lang
“Singelas Fábulas e Histórias do Cotidiano  das Vivências”

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sábado, 27 de abril de 2013

A ilusão do galo


A ave, como rei das galinhas, esnobava abusos e correrias. O cocoricó, a longas distâncias, via-se ouvido e reconhecido. A concorrência não via a hora própria do seu infortúnio (para assumir as funções e o poder).
O galo índio gigante, na modesta inteligência, entendia-se como excepcional prestador de serviços ao criador. Este, em função dos belos galados ovos, bem que merecia apetitosos e saborosas grãos. As companhias, do total de sete do harém, dava plena conta das intimidades.
Alguma repentina visita, em forma de surpresa, advenho de longínqua paragem. O criador viu-se desprevenido em carnes. A solução, regada a saladas, consistiu numa apetitosa e suculenta galinhada. O galo, como especial protegido, acabou às pressas passado na faca.
A fama e  o poder tinha ruído como castelo de areia. O equívoco da proteção não passou de preocupação com o capital. O infortúnio serviu de alegria a outro assumir o governo e território.
Os humanos, susceptíveis as oscilações do bolso, revelam-se desapegados e traiçoeiros. “A morte de uns serve de alimento a outros!” “O orgulho cedo a terra come!”

Guido Lang
“Singelas Fábulas e Histórias do Cotidiano das Vivências”

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sexta-feira, 26 de abril de 2013

O desabafo maternal


Uma senhora, nascida e criada nas colônias, pode criar uma dezena e meia de filhos. Uma jornada, de cada ano e meio (na idade fértil), encontrava-se em estado de gestação. Ela, a vida inteira, dedicou à família, filhos e sobrevivência.
Esta, nos dias finais da velhice, procurou fazer uma rápida resenha da difícil e onerosa existência. A anciã, numa síntese, expressou: “- A gente atendia o tempo inteiro casa, filhos e plantações! Achegava-se, à noite, encontrava-se exausto e morto de cansado! O marido, para completar, exigia ainda o atendimento das intimidades! Uma vida sem muitas alegrias e satisfações! Coloca vida judiada nisso!”
As décadas transcorreram e adveio a velhice. O marido tomou a dianteira do derradeiro descanso. O falecimento, precoce duma filha, somou-se como desgraça e tragédia! Esta, em meio ao choro, disse: “- A gente até suporta o falecimento do companheiro! Algum filho, vendo descer a sepultura, não dá para aguentar e suportar! A dor corta e esfacela o coração!”
Ela, nuns meses sucessivos, tomou o rumo do cemitério. Queria partir ao encontro dos ancestrais e parceiro. Esta, frágil em vida, implorou ao Criador para não ver mais outros infortúnios (com mais filhos, netos e bisnetos). A fraqueza e a idade não comportaram tamanhas dores e sofrimentos!”
O indivíduo nunca sabe dos desígnios e flagelos no compasso de espera. Inúmeras famílias, com a loucura da criminalidade, drogas e trânsito, enterram seus próprios frutos. A longa vida expõem-nos aos muitos e variados acontecimentos e padecimentos!
                                                                                          
Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

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quinta-feira, 25 de abril de 2013

Os escamoteados encontros


Um morador, da cidade para o campo, transferiu uma certa gata. A chácara mantinha sérios problemas de invasão de ratos. Algum felino mantinha-se sábia solução!
Os roedores, dos brejos e matos, invadiam as instalações e moradia. O veneno, em meio a esperteza do bicharedo, não dava conta de exterminar os muitos visitantes. Estes, diante do perecimento dos semelhantes, tratavam de ignorar e rejeitar as iscas.
O criador, numa solução definitiva, pensou no inimigo natural! A gata, isolada num ambiente estranho, deveria levar uma vida deveras solitária e triste. O animal, não tendo a companhia de qualquer semelhante (da espécie), certamente ficaria adoentado de tédio.
O homem, como ser comunitário/social, colocou-se na posição felina. Este imaginou-se neste ambiente e contexto isolado e perdido numa tapera! A vida, como supremo dom, vivida na solidão dos dias! Ninguém para amar, brigar, conversar, implicar...
O chacareiro cedo admirou-se da sua doce ilusão! Uma porção de gatos, “saídos do deus sabe onde”, afluíram comumente ao espaço. Os felinos, diante do desconhecimento do tratador, comunicavam-se plenamente nas caladas dos dias e noites. O relacionamento, inclusive íntimo, mantinha-se uma situação corriqueira e diária.
O senhor redescobriu a velha lógica. Os membros, de quaisquer espécies, encontram formas e maneiras de criar e manter vínculos. Os seres ajustam os instintos aos ambientes próprios da vivência! A vida não revela-se fácil para ninguém!
Cada qual acha o que interessa e necessita! A distância careceu de ser obstáculo aos negócios e relacionamentos. A vida tem sentido na proporção da convivência com os próximos e semelhantes!

Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

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quarta-feira, 24 de abril de 2013

A incoerência financeira


As pessoas falam certas coisas inacreditáveis! Muitos, no desconhecimento ou na ingenuidade, ainda acreditam nas ladainhas! Exemplo: “O dinheiro ser coisa do diabo!”
Os indivíduos, de forma adoidada e apressada, correm atrás do numerário. Aquele fedorento e mero papel-moeda, como sangue do capitalismo ou socialismo, movimenta todo tipo de engrenagem e labuta. O camelô percorre ruas e avenidas para vender. O morador da rua pede centavos para o prato do dia.  O papeleiro puxa carinhos carregados como algum irracional. O religioso prega a palavra dita santa. Profissionais liberais enfurnam-se em cubículos para vender conhecimentos...
Os humanos, em todos os instantes e momentos, falam em dinheiro. O mercadinho fornece pão no propósito do lucro. O posto de combustível, sem cartão de crédito ou grana, não tem choradeira. O trabalhador em geral, sem salário, nem comparecer ao local da jornada. A comunidade religiosa, sem a taxa anual, carece de enterrar quaisquer entes. A municipalidade, sem os impostos, fraqueja na coleta do lixo...
Uma realidade, no cotidiano da existência, impressiona na alegria e satisfação. Algumas notas, dadas na mão de quaisquer viventes, cedo externa um sorriso nos lábios do fulano, beltrano e sicrano. O comportamento e a fisionomia assumem ares de alegria e felicidade!
O dinheiro, por não existir de forma bruta na natureza, os governos tiveram a necessidade de criá-lo. O cidadão, tendo numerário, “parece ser o cara” (podendo ser um tremendo chato e imbecil). A carência, em meio a melhor conversa ou choradeira, cerra amizades e portas. A moeda, nas suas benesses ou mazelas, move o espírito humano e os sistemas econômicos (ainda mais “a quem senta nalgum galho seco para sobreviver!”).
As sociedades humanas com suas muitas diferenças e incoerências! Os discursos e as teorias são uma realidade e a prática e o trabalho outra. As pessoas, na sua totalidade, ostentam a idêntica chaga: apreciar e gostar demais do dinheiro.

Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

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terça-feira, 23 de abril de 2013

A denúncia canina


Um colonial, nas suas andanças e incursões, mantinha um caso extraconjugal. O caso ocorria com a viúva. A discrição, na compreensão dos autores, mantinha-se como certeza absoluta!
A fulana, a aproximados quinhentos metros, residia distante da residência familiar do aconchegado. A moradia desta, numa visão panorâmica, localizava-se nos fundos da propriedade. Um espaço dominado pela aparente cerrada vegetação.
O aventureiro, nas idas e vindas das lidas rurais, frequentemente achegava-se a enviuvada. As inúmeras visitas de cortesia, com o tempo, começaram a gerar desconfianças e suspeitas (das prováveis intimidades).
Algum parente e vizinho, como o beltrano sendo pai de família, começou a desconfiar e reparar o comportamento alheio. Os curiosos, na surdina, indagaram-se sobre as excessivas proximidades do beltrano. O fato, com as corriqueiras suspeitas, levou a um discreto reforço na vigilância.
As suspeitas cedo confirmaram-se com a ímpar denúncia. O cão, como assíduo e persistente caçador e parceiro, vivia como companhia inseparável do dono. A sua diversão maior eram as caçadas, guardas e passeadas na roça (junto ao companheiro).
O animal, em diversos momentos, foi visto nas cercanias do pátio da viúva. A realidade denunciou a certeza da presença do proprietário. Os familiares, conhecendo o excessivo apego animal, daí logo concluíram: “- O Zumbi anda pelo pátio da fulana! O cidadão certamente encontra-se no interior da residência!”
O visitante, muito astuto e esperto, achava-se seguro da discrição e do sigilo. Uma bela e doce ilusão: a presença animal, nas cercanias da moradia, denunciava todas as eventuais incursões. O pessoal, diante do primeiro sinal, conhecia e sabia da acolhida! Difícil enganar e ludibriar os expert! Os segredos denunciam-se pelos detalhes! Ao bom entendedor meia palavra basta!
O cidadão acha-se esperto, porém não pode subestimar a inteligência alheia. Os coloniais mantêm uma acirrada e discreta observância sobre os acontecimentos e vivências. O pior imbecil revela-se aquele que engana a si próprio!
                                                                                 
Guido Lang
                                                  “Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência” 

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segunda-feira, 22 de abril de 2013

A falta de macho


Uma família, com duas mulheres e um marido, mantinha o azar da ausência de filhos. Alguma razão impossibilitou a geração e continuação familiar!
Duas irmãs, com um único marido, não tiveram a felicidade de gerar os devidos rebentos. Estes, para os cuidados na velhice, apelaram às adoções e auxílio de parentes. Algum acolhimento, depois de várias tentativas, resultou numa descendência. Os conhecidos e vizinhos, nesta tradicional clã, estranharam essa anormal realidade colonial!
Uns curiosos, nos comentários gerais da venda, quiseram saber as razões dessa incomum escolha. Estes, de forma discreta e informal, indagaram a parentes e vizinhos. As meras suposições tornaram-se as respostas corriqueiras. Uns faziam uma leva ideia das eventuais causas, porém não quiseram expor-se de forma aberta!
Um morador, para abreviar detalhes e explicações da conversação, resumiu o tema. Este, sem maiores floreios e rodeios, falou: “- A família deveria ter mudado o macho! Faltou simplesmente o cachaço! O homem não fez a devida lição de casa! Este, muito enciumado e possessivo, evitou também de algum outro em fazê-lo!”
As pessoas não poupam em certos comentários e linguagens. Os vizinhos, como próximos, sabem muito da vida familiar. Certos comparativos abreviam um conjunto de detalhes e explicações! O esdrúxulo, como exemplo, mostra-se fácil de entender e memorizar!
Os órgãos vitais, para o pleno êxitos das funções corporais, precisam funcionar a contento e em harmonia. A fidelidade extrema revela-se sinônimo de confiança e crédito. Alguns indivíduos, em nome do amor e da família, submetem-se a companhias e sofrimentos impróprios.

Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

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domingo, 21 de abril de 2013

O exemplo pela prática


Um camarada, com a ideia de boa vida e folgado, adorava andar a toa e fazer suas caçadas. Uma maneira, pelos interiores, de conhecer as diversas propriedades e roças. Este, em poucos meses e anos, devassou o conjunto territorial de localidades.
O sucesso, na empreitada de andarilho e caçador, ostenta-se antieconômico e dispendioso. O fulano, como acomodado nato, mantinha um singular hábito. A cachorrada via-se atiçada e instigada a correr atrás das presas (entre brejos, matos e lavouras).
O caçador/criador, para evitar inconveniências e perigos, dava-se o cuidado de aguardar e resguardar-se nas estradas de roça e trilhas de mato. As descuidadas e ingênuas presas, de forma esporádica, recaiam-lhe unicamente na mira e tocaia.
O idêntico aplica-se ao investidor e patrão. Ele, a peso de ouro (com os muitos encargos trabalhistas), contrata empregados. Estes, em maçantes jornadas e trabalhos nas linhas de produção, pouco empenham-se diante da sua ausência e controle. O dono, na aparente acomodação e esperteza, resguarda-se no ambiente próprio da climatização e silêncio do escritório. Os resultados cedo ostentam a falência e a penúria!
O investidor, como expert da empreitada, precisa acompanhar e conhecer melhor as tarefas (do que os próprios contratados). O chefe encontra-se vindo na esperteza e sabedoria na proporção dos subalternos estarem indo na aprendizagem e conhecimento! Um profundo conhecedor do negócio faz a excepcional diferença entre as duas classes!
Quaisquer chefias precisam tomar a dianteira das ações e exemplos. Os atos e gestos falam bem mais alto do que as explicações e palavras. A dedicação e o trabalho são partes do segredo do sucesso e da riqueza. A sabedoria popular versa: “- O olho do patrão engorda o boi”.
                                                                     
Guido Lang
                                                 “Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

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sábado, 20 de abril de 2013

O débito partidário


Um prefeito, com a emancipação política administrativa do município, “tirou um colono das colônias”.
Este, como correligionário da emancipação, foi destacado como funcionário público. Alguma função, como cargo de confiança, sobrou como recompensa pelo empenho na campanha pela autonomia.
O cidadão, num cargo estratégico da municipalidade, conheceu um punhado de moradores. Este, com aparentes favores (“com o chapéu alheio” do serviço público), pode auxiliar inúmeros eleitores. O funcionário fez amizades e favores (aqui e ali município afora). Ele, no tempo, pode “tornar-se o cara!”
O partido, numa altura, convocou o fulano a concorrer por determinada coligação. Este, para continuar no posto, atendeu o pedido. O candidato angariou votação na totalidade das mesas eleitorais. Este acabou eleito e reeleito como vereador.
Os projetos da câmara iam no ínterim do tempo das administrações. O benfeitor, numa gestão das sucessões, viu-se igualmente reeleito. Os interesses político-administrativos, no segundo mandato, tornaram-os ferrenhos adversários.
O antigo parceiro/prefeito, nas comunicações da rádio da municipalidade, levou a dizer em viva voz. “O beltrano teria sido melhor em ter ficado na sua respectiva localidade. Este deveria ter continuado em plantar suas tradicionais batatas. Nada deste ter sido trazido junto aos gestores públicos”. O camarada deixou a conversa nisso e nada de criar maiores delongas e polêmicas.
Os interesses, em função de cargos e ganhos, mudam muito rápido na política-partidária. Os astutos e espertos carecem de criar inimizades por alheias divergências. Os candidatos hoje adversários, amanhã parceiros nas coligações. Certos favores e mimos criam onerosos e perenes débitos.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano das Colônias”

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sexta-feira, 19 de abril de 2013

O princípio básico


Um camarada, como pacato cidadão, começou a vida econômica do nada (com o tradicional princípio de “uma mão vazia atrás e outra vazia na frente”). Este, para sobreviver, precisou labutar em inúmeras profissões e tarefas.
O trabalho, a título de exemplos, começou como colono, cortador/sapateiro, técnico agrícola, garçom, educador... O princípio, em todas as empreitadas, consistiu em ostentar honestidade. “Ganhar o pão de cada dia” com transparência nos negócios e trabalhos. Conquistar a confiança e consideração dos chefes, colegas e patrões.
A vida, nos seus aprendizados diários, ensinaram-lhe alguns sigilos financeiros. O segredo do dinheiro consistia em fazê-lo produzir por si só do que realmente trabalhar. Este, a partir de contínuas e esparsas sobras, precisava comprar à vista (com pedido dos descontos), evitar desperdícios de toda ordem (mesmo em meio as maiores farturas), investir cotas na geração de dividendos...
O básico, como segredo dos segredos, consistia em nunca gastar mais do que os reais ganhos. Algumas sobras, mesmo em míseros reais (a cada final de mês), eram uma realidade perene (numa espécie de fundo de autofinanciamento). Alguma despesa imprevista via-se custeada com valores dessas reservas e, na primeira oportunidade, repostas na quantidade.
Os negócios mantinham uma sabedoria básica. Jamais subtrair algum real devido a alguém. O preferível era doá-lo do que descontá-lo! Os comentários e falatórios, decorrentes dessa subtração, eram bem mais maléficos e onerosos (do que o real poder de compra desse modesto valor). As conversas e desconfiança cerravam portas aqui e acolá. O crédito, recebido como dádiva, abria janelas e portas (em função das amigáveis e boas referências).
O hábito, dentro das possibilidades, era ostentar um espírito de doador. Amigos, conhecidos e vizinhos, na proporção das disponibilidades e visitas, recebiam alguma dádiva/lembrança/mimo. Este, como consideração e satisfação, proporcionava outras bênçãos (numa espécie de corrente humana).
A vizinhança, a título de exemplo, eram uma espécie de segurança às necessidade proeminentes e infortúnios. As pessoas, aos forasteiros, davam amistosas referências da boa parceria. Amigos e conhecidos mantinham-se predispostos a ampliar e intensificar relações.
O comportamento revela uma singela realidade. Os negócios e oportunidades brotam na medida da amizade e bondade. Estes, na conquistada confiança, encontram-se nos cantos e recantos dos espaços. Quaisquer iniciativas, com as mãos milagrosas, frutificam em ricas bênçãos e oportunidades. A sorte acompanha-o nas várias andanças e atropelos. As diversas vocações, em função do tempo, não conseguia dar cabo a todas!
A vida é curta para vivermos no egoísmo e ganância. O cidadão precisa pouco para viver e o muito convém compartilhar como dádiva com os semelhantes. Deus dá-nos em abundância e pouco custa dividir quantias dessa fartura. O real tesouro reside na grandeza de espírito e pouco nas acumuladas porções materiais.

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano Econômico”

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quinta-feira, 18 de abril de 2013

O estacionamento impróprio


O condutor e funcionário, como de costume, aconchega-se “queimando o horário de chegada ao trabalho”. Este, com sua potente caminhoneta e “certa média de abonado”, procura um estacionamento. O local, na faixa nobre/rotativa, vê-se tomada no horário de pique (dos bancos).
Um único local, nos veículos próprios aos idosos, ostenta-se vago. Ele, como velho conhecido dos fiscais (da Faixa Nobre do Trânsito), arrisca a sorte. Ele estaciona o veículo, apanha os pertences e dirige-se ao local de expediente... Pensa, como de práxis, naquele “dá em nada!” ou “a gente resolve com uma boa conversa!”
Alguns bons minutos transcorrem e toca o celular. O fulano de tal, como aparente fiscal, fala: “- Obrigo-me a multar e sete pontos na carteira de habilitação! O veículo acabará guinchado! Motivo: estacionamento impróprio! Lamento muitíssimo o fato! O chefe obriga-me a cumprir a legislação municipal! O caminhão guincho encontra-se aí!”
O condutor/infrator avermelha e fica sem voz! Este parece ganhar um troço! Inicia a ladainha das mil e uma desculpas e explicações... Colegas do setor, num aparente desmaio, preocupam-se com o estado de saúde!
Este, numa aparência de implorar, externa:
- Calma aí! Já vou correndo aí! Faz atrasar uns segundos o processo.
O telefonista daí conclui:
- Sou o fulano de tal! Não reconheces minha voz! O aviso não passa de um trote! Um remédio para parar de tirar os outros como diversão!
Quaisquer anormalidades, numa aparente discrição, sempre alguém assiste e repara! Quem afronta e apronta cedo conhece a “retribuição das gentilezas!”. A implicância, entre velhos amigos e parceiros, mostra-se passatempo comum em setores do serviço público.

Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

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quarta-feira, 17 de abril de 2013

O singular foguetório


As explosões, de fogos de artifício, abateram-se em horário incomum. O local consistia diante de determinada residência. Um fato sui generis na modesta localidade do interior!
Os moradores, como vizinhança em geral, mantiveram a rotineira curiosidade. As opiniões divergiam-se sobre as razões dos festejos e gastos.
Uns arriscaram a hipótese de explanar: “- Certamente alguém com aniversário!”; “- A sorte grande deve ter caído no lugarejo!”; “- Alguma comemoração de aposentadoria”...
A solução foi averiguar a origem de toda essa barulheira. Esta, num rápido escutar e olhar, adveio diante da residência da sicrana. Ela, uma mãe solteira (com dois tenros filhos), certamente teve especial alegria!
Uma realidade, na metade da tarde, estranha para o volume de foguetório! Um fato realmente incomum para as manias e modas do pacato lugarejo! Este, com uma localização singular, parecia perdida e tranquila entre as baixadas e os morros.
As conversas, num cruzamento de comentários e informações, cedo advieram sobre o sucedido. Alguém, como passante ocasional pelo cenário, trouxe a novidade (como num “aparente pão quente recém saído do forno”). O beltrano, numa comemoração anômala, fez toda esta balbúrdia! Este ficou sabendo do resultado da tão esperada e temida boa nova!
O DNA, no teste de paternidade, revelou o fato de não ser o pai. O genitor, das duas crianças, dos filhos da sicrana. O amigo, numa de gaiato (em meio aos vários frequentadores das benesses íntimas), acabou apontado como autor da paternidade.
O festeiro safou-se de pagar umas polpudas e prolongadas pensões (alimentícias). O beltrano, como um dos vários visitantes ocasionais (a sicrana), precisou assumir a autoria. A Justiça, diante da constatação dos resultados dos exames, determinou o desconto compulsório (em folha dos encargos).
Os moradores, diante do esdrúxulo acontecimento, ficaram atônicos e esclarecidos dos muitos comentários e falatórios. Uma comemoração anormal para os tradicionais padrões coloniais! Entenda a psicologia humana pelo dinheiro!
Algumas histórias, em momentos, assemelham-se a duas! Muitos praticam as artimanhas e peripécias, porém “na hora do aperto tentam tirar o seu fora da reta”. O indivíduo nunca se esclarece dos reais interesses e pretensões alheias!

Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem: http://noticias.r7.com

terça-feira, 16 de abril de 2013

A generalizada lambança


Uma família, com amplas lavouras de cana, possuía a tradição de fazer cozidos de guarapa. O vegetal, numa dificuldade e paciência, via-se cortado no interior da roça. Uma cana, de touceiras sólidas, acabavam ceifadas e carregados nos veículos.
O produto, levado ao trapiche, via-se esmagado e exprimido. O caldo/suco extraído, como guarapa, servia para fazer cozido. Este, numa fervura de boas horas, extraía impurezas e excessos de líquidos. A evaporação, de forma lenta e progressiva, acabava num agradável e saboroso melado.
Esta, uma vez tirado do fogo, conhecia o lento e progressivo esfriamento do fervido/produto. As mexidas e remexidas do produto, de forma lenta e persistente, mantinha-se um segredo da qualidade da fabricação.  O melado, uma vez produzido, acabava colocado em diversos tachos ou vasilhames.
Um momento especial, como reunião familiar, consistia em extrair as sobras. Os familiares, com colheres em punho, extraíam o material grudado nas beiradas do panelão. A expressão comum consistia: “Raspar o panelão/tacho!” Os adultos e criançada, numa animada confraternização e convivência, reuniam-se ao redor do artefato. Colheradas aqui, brincadeiras acolá, conversas cá!
A prática acabava numa tremenda lambança. O pessoal, com nenhuma exceção, via-se adocicado pelos açúcares (mascavos). Um grude aqui e outro acolá! A solução consistia num bom dum banho e roupa limpa para espantar insetos e recomeçar atividades.
O idêntico, da lambança do panelões, relaciona-se a farra nos cofres públicos. Os falcatruas e malandros, com os muitos esquemas e maracutaias (na ausência de punições severas), lambuçam-se todo na abundância do dinheiro. Este, de forma abundante e contínua, avoluma-se em números virtuais (nas tesourarias das instâncias do Estado).
Uns administradores e gestores ficam impressionados com as somas. Alguns partem para os fins escusos e salvaguardar-se das penúrias futuras. Obras viciadas resultam em comissões e superfaturamentos conforme os comentários e noticiários.
A serenidade da consciência é uma dádiva divina. O cidadão, na proporção do desvio alheio, não precisa enveredar pelos caminhos escusos. Certos equívocos e roubos, uma vez concretizados, não tem como desfazer a fama de falcatrua e ladrão.
                                                                      
 Guido Lang
                                              “Singelas Crônicas do Cotidiano das Existência”

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segunda-feira, 15 de abril de 2013

A acirrada briga


Um criador, a dois jovens cachorros, foi comprar e trazer mimos. Um passatempo, no ínterim das horas, na proporção de estarem presos (nas correntes).
Estes, com a necessidade de mastigar e roer, ganharam uma porção de ossos. Os animais poderiam afiar os dentes e treinar os beiços. Os irmãos, como exercício canino, poderiam distrair e ocupar-se no pátio. O morador imaginava fazer um bem ímpar!
A realidade, na convivência dos fatos, revelou-se bem outra! Os instintos apurados, dos outrora domesticados lobos, trouxe ferrenhas e mortais brigas. Cada qual, numa fome e ganância anômala, queria escolher as melhores partes. Em outras palavras: resguardar todos os mimos para si. As desavenças maiores recaiam sobre as carnes e espelancas!
O tratador ficou assombrado e entristecido. A situação descreveu um fato inusitado: a consciência de ter adotado escamoteadas feras! Uns aparentes guardas/seguranças tornaram-se causa de aborrecimentos e preocupações.
O idêntico aplica-se em inúmeras famílias. Os pais, como garantia e sobra aos infortúnios, desdobram-se nos louros anos de vida para  criar e resguardar patrimônios. Os genitores, com os anos, envelhecem e perecem. Os rebentos, na proporção dos inventários, apropriam-se e degladiam-se pelos bens.
Estes, a semelhança de escamoteadas feras, estabelecem brigas e intrigas homéricas. Cada filho, com os seus, almeja a maior e melhor fatia dos espólios. Uns, tendo a idêntica mãe e pai, desconfiam e estranham-se pelo resto dos seus dias. Inúmeros cidadãos, por apropriação indevida e ofensas pessoais, deixam de conversar e conviver pelos anos!
Os cuidados mostram-se redobrados com quem convive com feras! Os instintos, nos gananciosos, sobrepõem-se ao bom senso e a inteligência. Queres conhecer os teus? Trate de emprestar e manejar dinheiro! A sabedoria popular versa: “ - Cachorro esfomeado come até osso e sabão!”
                                                                                       
Guido Lang
“Singelas Crônicas do Cotidiano da Existência”

Crédito da imagem: http://www.oiwo.com

domingo, 14 de abril de 2013

Os absurdos da vida


A fecundidade humana caiu a índices assustadores nas últimas décadas. As famílias possuem ausência ou baixo número de filhos.
As causas deste comportamento são diversas. A criação de descendência tornou-se algo muito arriscado e oneroso. O risco advém dos caminhos escusos da criminalidade e drogadição. Os custos decorrem dos altos investimentos em educação e oportunidades profissionais.
O fato, no seio familiar, criou uma nova realidade. Inúmeros indivíduos, sobretudo da ala feminina, apegam-se a animais (para satisfazer o instinto maternal). Estas, em função de dificuldades de achar alguma parceria masculina interessante ou problemas de saúde, optam pela companhia de cães e gatos.
Os bichos, a semelhança de filhos, ganham uma atenção e mimo excepcional. Estes, a todo instante, constituem-se agradáveis parcerias (para ocupar a mente e o tempo). A solidão, num ambiente cercado de semelhantes, ostenta-se um estresse e flagelo. A companhia animal alivia parte dessa solidão.
Uma moça, a título de exemplo, deparou-se com um tradicional vira-lata (do local de trabalho). Este, abandonado e esfomeado no ambiente urbano, residia no espaço central da cidade. Ela, em função do apego e consideração pela espécie, fez um gesto ímpar.
A moça dirigiu-se a lancheria próxima. Ela, ao amigo cachorro, comprou pastéis como refeição. Um gesto interessante e nobre! A cidadã, há uns metros distantes (na praça principal central), esqueceu-se dum detalhe.
O mendigo, como morador de rua, encontrava-se igualmente esfomeado e esfarrapado! Quem, no final das contas, mereceria maior atenção e mimo? Os animais ou os semelhantes? Animais, para muitos, parecem incomodar menos como gente! A confiança parece maior nos bichos do que nos próprios humanos!
Os exemplos e as práticas externam as crenças e valores. O indivíduo, dentro das possibilidades, precisa estar disponível aos próximos. Um singelo cumprimento e sorriso, no âmbito geral, faz muita diferença e satisfação. Quem não tem suas contradições e incoerências nesta existência?

Guido Lang
“Singelas Histórias do Cotidiano Urbano”

Crédito da imagem: http://www.groupon.com.br

sábado, 13 de abril de 2013

A impossibilidade familiar


Um casal, em meio a uma dezena de hectares de terra, criou nove filhos. Uma esperança para uma velhice abonada e tranquila.
As áreas de encosta, dominadas por roças, levaram a uma penosa labuta braçal. Alguma produção de milho, mandioca e leite permitia a subsistência familiar. Os poucos reais, numas décadas de vivência, viam-se cuidadosamente contados e investidos. Quaisquer dispêndios e imprevistos levariam ao endividamento e ruína financeira.
A família, com “uma escadinha de filhos”, foi sobrevivendo as dificuldades. Esta, numa época, desdobrou-se para atender as muitas necessidades. Os rebentos, com as possibilidades mínimas de educação e formação profissional, conheceram logo a iniciação ao trabalho. Os anos escolares foram restritos a escola comunitária. Eventuais possibilidades, duma educação fundamental, secundária e superior, decorriam do esforço pessoal de cada interessado.
Os rebentos, diante das carências de toda ordem, empregaram-se nas cidades como autodidatas. Eles labutaram e trataram de namorar. A constituição de famílias foi rápida e prevista. Os pais, com a aposentadoria rural, seguiram os filhos (para o ambiente urbano). O singelo lote acabou comercializado e a maioria da área viu-se retomado pelo brejo e mato.
A velhice trouxe a triste sina da realidade da sociedade contemporânea. Os filhos, com seus próprios rebentos, não possuem tempo. Eles necessitam dedicar-se a profissão e ganhar a sobrevivência.  Estes tem carência de tempo para cuidar dos idosos pais. Os genitores, agora anciões, não tem como serem cuidados por algum herdeiro.
 Os familiares obrigam-se a pagar estranhos para cuidar dos genitores. Eles, aos trancos e barrancos, criaram nove. Pai e mãe esperavam de algum descendente cuidá-los na penúria da existência. A alternativa consistiu em improvisar até a chegada do derradeiro!
O indivíduo nunca sabe do infortúnio no aguardo da esquina. Certos exemplos falam por si só como ensinamentos. Os fracassos familiares, com as preocupações excessivas em ganhar dinheiro, tem sido uma realidade social.

Guido Lang
“Singelas da Existência”

Crédito da imagem:http://www.turismo.rs.gov.br

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A experiência alheia


Um morador, no interior duma chácara, mantinha uma paixão. Esta relacionava-se a criação de aves. Estas, com ampla liberdade, incursionaram por brejos, lavouras e matos.
O dilema adveio com o elevado número de sumiços. Os graxains e eraras degustavam-se com as presas (de forma desenfreada). A caçada, em função da excessiva astúcia animal, tornara-se uma impossibilidade. Como dar um jeito naqueles inimigos naturais?
O criador, tendo um amigo da terra, valeu-se da experiência e sabedoria alheia. O parceiro, como exímio conhecedor da fauna silvestre, deu-lhe uma modesta solução. Esta encontrar-se-ia numa fácil construção.
A sugestão consistiria em construir uma gaiola. Esta, no seu interior, teria dois compartimentos! Uma para prender algum chamarisco. Outro compartimento seria próprio ao inimigo. A caça, nalguma madeira ou tela (como divisão), não podia consumir a isca.
O artefato, de uns oitenta centímetros quadrados, via-se instalado nas cercarias dos brejos e matos. Algum galo, como chamariz noturno, seria enjaulado como presa. Este, nalguma altura, daria o seu tradicional cocoricó da matina. Um prato cheio aos inimigos!
O procedimento, após a construção, foi efetuada na primeira oportunidade. Um alçapão, com alguma isca instalada, levou ao fechamento (na proporção de mexidas num ferro semi-prendido). A portinhola/tampa caiu e cerrou o bicho no interior. O caçador, de imediato, acabou sendo a caça!
O sucesso foi completo. Algum vizinho cedo pedir a construção por empréstimo. Outro inspirou-se no exemplo para confeccionar a sua gaiola. Uma gama de esfomeados e ferozes inimigos cedo caiu na armadilha!
Esperto de quem vale-se da experiência e sabedoria alheia. O gênio humano, diante das primeiras adversidades, cedo improvisa monstrengos e inventa soluções. A morte, em função da fome, rodeia quaisquer seres!
                                                                       
Guido Lang
                                          “Singelas Crônicas do Cotidiano das Existência”

Crédito da imagem: http://folhaderiachao.blogspot.com.br