domingo, 28 de abril de 2013

Luto: coisa de otário?


A finada mal baixou a terra! O corpo mal esfriou! A proposta de novo envolvimento toma forma! Perspectiva de nova união tornou-se realidade!
O enlutado, de imediato, recebe convite de nova companhia e parceria. Este, no sabor do desejo e solidão, viu-se aceito em horas ou dias!
A nova fulana atiçou e esquentou os brios mais íntimos. A dança desgarrada, diante de conhecidos e vizinhos, tomou forma nos eventos dos bailes vespertinos.
O fogo da paixão, como excepcionais recém enamorados, ofendeu a memória da coitada da finada! Luto, como período de reflexão, tornou-se atitude de otário. Afinal! As décadas de convivências, debaixo do idêntico teto, cedo caíram no aparente esquecimento.
Os filhos, como benção e descendência, mantém-se como herança e lembrança! Como pode, depois de anos de convivências e juras, poder ignorar tão rápido uma história de relacionamento? O ser humano pensa no presente e esquece o passado!
O gênero humano surpreende em cada ato e situação! A falta de companhias e parcerias, na terceira idade, torna crucial o isolamento e a solidão. Uns, como “urubus pela carniça”, ficam na espreita da desgraça alheia. “Viúva/viúvo é quem vai e não quem fica!”.
                                                                            
Guido Lang
“Singelas Fábulas e Histórias do Cotidiano  das Vivências”

Crédito da imagem: http://portuguese.alibaba.com

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