A finada mal baixou a
terra! O corpo mal esfriou! A proposta de novo envolvimento toma forma! Perspectiva
de nova união tornou-se realidade!
O enlutado, de
imediato, recebe convite de nova companhia e parceria. Este, no sabor do desejo
e solidão, viu-se aceito em horas ou dias!
A nova fulana atiçou
e esquentou os brios mais íntimos. A dança desgarrada, diante de conhecidos e
vizinhos, tomou forma nos eventos dos bailes vespertinos.
O fogo da paixão,
como excepcionais recém enamorados, ofendeu a memória da coitada da finada!
Luto, como período de reflexão, tornou-se atitude de otário. Afinal! As décadas
de convivências, debaixo do idêntico teto, cedo caíram no aparente esquecimento.
Os filhos, como benção
e descendência, mantém-se como herança e lembrança! Como pode, depois de anos
de convivências e juras, poder ignorar tão rápido uma história de
relacionamento? O ser humano pensa no presente e esquece o passado!
O gênero humano surpreende em cada ato e situação! A falta
de companhias e parcerias, na terceira idade, torna crucial o isolamento e a
solidão. Uns, como “urubus pela carniça”, ficam na espreita da desgraça alheia.
“Viúva/viúvo é quem vai e não quem fica!”.
Guido Lang
“Singelas Fábulas e
Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem: http://portuguese.alibaba.com
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