Um pacato cidadão,
criado no interior, adveio à cidade. Este, bem situado (depois de muitas
dificuldades e trabalho), manteve o singelo hábito.
Aquela prática,
dentro das possibilidades, de cumprimentar os estranhos e próximos. Um bom dia,
uma boa tarde ou uma excelente noite, no âmbito das idas e vindas, abriam
possibilidades de amizades, conhecimentos e relacionamentos.
A prática, como princípio
de vida, recaia sobre todos. Ele evitava qualquer distinção entre os
semelhantes. Qualquer indivíduo, não importando a condição econômico-financeira,
ostentava-se um companheiro e parceiro.
A consideração e
carinho, em especial, aplicava-se aos mais humildes e marginalizados. O
relacionamento, nas descontraídas conversas informais, revelavam valiosas e veladas
experiências e vivências.
As pessoas, como aparentes
excluídos, conheciam (como ninguém mais) “as podridões e sujeiras do submundo”.
Elas, andando por tudo, narravam e relatavam cada homérica história (“de
arrepiar os cabelos”). Elas, como marginalizados pelo sistema, precisavam muito
mais das palavras amigas e cordiais.
Uma modesta conversa
e troca de gentilezas mantinha-se uma tremenda necessidade. O incrível, diante
dos eventuais imprevistos, era encontrar alguém disponível para auxiliar e
reparar! Conheciam a dor de pedir e não receber! O curioso: o cidadão conheceu
um do grupo, todo grupo conhecia-o!
A vida, no tempo, ensina certas experiências e valores. O
cidadão, na existência, nunca pode dizer: “- Dessa água eu não bebo!” Um singelo
gesto, de amizade e consideração, faz enorme diferença para desamparados e necessitados!
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem: http://pt.m.wikipedia.org
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