Determinado vizinho,
como tradicional morador da vila, residia nos fundos da casa de um candidato (a
prefeito). Um bom relacionamento advinha de anos!
O beltrano, num
comércio escamoteado do voto, bandeou-se à oposição (no vigor da campanha).
Este, no ato, pensou somente nas vantagens imediatas!
O camarada, numa
espécie de provocação, tratou de instalar placas, participar dos
carreatas/comícios, ouvir o jingle da campanha... A vitória, do seu partido,
transparecia na vontade popular!
Os familiares do candidato,
de forma velada, assistiam a toda agitação e provocação. O volume do som, com a
musiquinha do jingle, aumentava em certos horários e situações (de maior
silêncio).
A campanha vitoriosa,
do preferido, sucedeu-se de forma arrasadora e vexatória. A rotina, na decepção
de uns e vibração de muitos, abateu-se no cotidiano das vivências.
Os derrotados, no
osso do peito, aguentaram a frustração e gozação. As lembranças e mágoas mantinham-se,
porém “atravessadas na garganta”.
O cidadão, depois de
uns bons meses, precisou um favor de extrema emergência. Este, sem maior reflexão,
acorreu à família. A senhora, ouvinte da outrora musiquinha, atendeu!
O pedido, na maior
atenção e educação, foi ouvido. Esta, sem floreios e rodeios, disse-lhe: “- Beltrano!
Vai solicitar o favor para o teu querido! Aquele que tu vendeste o voto por um
conjunto de sofá! Aproveita, no trajeto, para escutar a musiquinha preferida da
campanha!”
O cidadão, diante do exposto,
arregalou os olhos e foi-se ao mundo! Este, em toda a existência, nunca tinha
ouvido tamanha atirada e repreensão. A família tinha guardado as fortuitas
provocações!
O bom senso teria
ordenado à divisão dos votos na família (com razão de “evitar estragos” com as
partes). Vizinhos deve-se levar em alta consideração e estima!
Política cria brigas e intrigas entre famílias e
vizinhanças. Certas afrontas não têm como esquecer ou ignorar! “O indivíduo
pode parecer esperto, porém não deve esquecer que outros não são trouxas!”
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem: http://jacksonrangelvieira.com
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