O migrante, das áreas
de plantação de soja e trigo, sai na direção do vale dos rios. Uma mudança
completa no estilo de vida verifica-se!
Os locais de
colonização original, com uma grande produção coureiro-calçadista, necessitaram
de mão de obra barata e massiva. O cidadão, do trabalho braçal rural, ocupou-se
numa linha de produção.
Ele, numa cidadezinha
típica (de forte influência germânica), instalou-se numa principiante periferia
urbana. Um conhecido falou-lhe da abundância de emprego e trabalho!
Uma dificuldade
tremenda consistiu em achar alguma casinha de aluguel. A solução, com outros
forasteiros, consistiu em alugar e dividir peças numa improvisada pensão.
O trabalhador, nas primeiras
semanas e meses, penou para adaptar-se a dura e diversa realidade. Ele, numa
dessas, procurou inteirar-se dos dias da passagem do caminhão de lixo.
O assalariado, numa
casualidade, interroga um nativo e singelo ancião. Este, com forte sotaque europeu,
possui dificuldades de compreender o indagado.
A pergunta, em
síntese, consistiu: “- Oh senhor! Passa algum lixeiro por estas bandas?” O
ouvinte, conforme o sotaque do dialeto do Hunsrück, entende outra versão!
Este, na sua franqueza
e modéstia colonial, responde: “- Ligeiro não! A polícia apreende!” Criara-se
outra pérola do choque de culturas (entre o migrante e nativo; latino e a
germânico).
Os elementos teuto-brasileiros,
educados na língua materna do dialeto local, sofreram em assimilar e
racionalizar em português. As histórias e gozações são inúmeras neste sentido!
Ostenta-se sábio
falar e entender duas línguas do que um único e exclusivo idioma! O fato
permite um comparativo entre os modos de agir e pensar entre as culturas!
As cidadezinhas, de origem europeia, primam
costumeiramente pela acentuada falta de mão de obra. Os migrantes, na proporção
da achegada, trouxeram acentuadas mudanças nos hábitos e costumes regionais. O
ciclo do calçado, com o dinheiro em dólares, redimensionou o espaços das
antigas colônias.
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem: http://nossojornalsc.blogspot.com.br
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