Um indivíduo, no
centro duma grande cidade, conduzia seu singelo veículo tendo por companhia a
sua esposa. O movimento era intenso para todos os lados. As pessoas pareciam
não querer perder a menor fração de tempo.
O carro, para lá de
rodado, ostentou uma imprevista pane. Este, em meio às centenas de pessoas e
veículos, ficou obstruindo uma rua principal. A confusão, em instantes, tomou
conta do espaço!
O curioso, diante duma
movimentada parada de ônibus - repleta de gente, constituiu-se no comportamento
humano. Outros, como motoristas, pedestre e vendedores, viram-se indiferentes
ao flagelo alheio.
O condutor, diante do
espetáculo da inércia, precisou improvisar e resolver. Ninguém, como viva alma,
procurou estender uma mão amiga. Alguma empurradinha, como ajuda, manteve-se impossível
(com razão de liberar a via).
Os condutores, as
dezenas, trataram de contornar o obstáculo. A impossibilidade de estacionar
mostrou-se inviável. A multidão assistiu atenta o esdrúxulo espetáculo!
Uma singela pane, na
hora do “rush” (corrida), causou toda uma indiferença e tumulto. As pessoas, em
função da humildade e pobreza, ficaram temerosas de estender a mão.
O motorista, num
momento desses, sabe unicamente dos incômodos e perigos. A tristeza consistiu
em estar cercado de semelhantes e estar literalmente só.
O veículo, com alguma deficiência mecânica ou problemas
de documentação, não pode arriscar-se em circular pelas rodovias. Os humanos,
em meio aos temores da insegurança, aparentam perder a espontaneidade e
solidariedade. Os imprevistos medem o tamanho da criatividade e paciência!
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem:http://jacksonrangelvieira.com
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