O lugar, pelo princípio
comunitário, mantinha ares de pacato e sagrado. Os moradores, através dos entes
finados, enterravam a própria carne no solo nativo!
A tradição oral dizia:
“O cemitério ostenta-se o lugar nobre, seguro e tranquilo do lugarejo”. A
crença, desde a instalação, prevalecia entre os naturais!
Os avós e pais, aos
filhos e netos, ensinavam a história e respeito pelo campo santo. As visitas,
nas reminiscências e saudades, complementavam-se com referências aos ancestrais!
A sucessão de
gerações, com o aumento e falecimento populacional, trouxe a progressiva
urbanização. A comuna viu-se invadida e mudada pelos forasteiros e
oportunistas!
O desrespeito, a
hábitos e valores, revelou uma triste sina. As invasões ao cemitério, nas
caladas da noite, somaram-se ao conjunto de afrontas e depredações!
A bandalheira, como
drogadição, roubo e sexo, assumiu índices no lugar. A violação de sepulturas,
numa afronta às tradicionais famílias, revelou bandidagem e violência!
A diretoria, numa tentativa
vã de frear os abusos, afixou o aviso: “Deixem os mortos descansarem!” A
instalação de cercas e câmaras parece uma questão de tempo!
O descaso e desrespeito
ao patrimônio sentimental reforça a ideia da carência de lei e ordem. Os
excessos, em abusos e libertinagens, conduzirão as restrições das liberdades!
O progresso com seus benefícios e inconveniências. O
dinheiro externa garras até no repouso dos finados. A bestialidade humana desafia
e ofende a inteligência e racionalidade!
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem:http://www.vivimaurey.com.br/viva-cemiterio/
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