O morador, numa periferia
urbana, ganhava a cada noite uma inconveniente visita. O cão, tomado pela
sarna, vinha procurar abrigo e proteção na casa!
Algum tapete, estendido
diante do hall de entrada, revelava-se o local próprio do descanso e pernoite.
A esposa, diante, do cheiro e sujeira, vivia a reclamar da situação!
O proprietário, numa
certa manhã, procurou fazer aquela surpresa. Este, na porta dos fundos, saiu de
surdina!
Este, contornando a residência
pela lateral, procurou apanhar o indefeso animal! Algum cochilo certamente
permitiria dar-lhe uma surpresa maior!
O cidadão, num dia de
mau humor (em função de algum vento norte), procurou dar uma bela e especial
lição de vida. Aquela de jamais aparecer e esquecer!
A punição, no descuido
animal, consistiu na tentativa de dar um certeiro e violento chute. A ação,
efetuada com força e pressa, errou em cheio o alvo!
O fulano acertou uma
ponta do degrau da escada. Os gemidos e gritarias revelaram-se do autor da
façanha. A dor e raiva viram-se impensados!
O alvo tinha sido
errado em função do próprio prejuízo! O feitiço havia virado contra o próprio
feiticeiro! A caça havia dado uma lição ao caçador!
O guaipeca safou-se
da agressão e do acerto de contas. O resultado consistiu no pé quebrado e
trincado! Um dispêndio e sofrimento ímpar sucederam por semanas!
Os ágeis e astutos, com facilidade, safam-se dos lerdos e
morosos. As tocaias, nalgum momento, vitimam os próprios idealizadores. A excessiva
raiva costuma originar posteriores arrependimentos e transtornos!
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem:http://www.ancorador.com.br/casa-familia/dicas-decorar-entrada-casa
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