terça-feira, 6 de agosto de 2013

A razão de ser


Um cidadão, como temporão, ficou junto à casa paterna. Ele, num pré-estabelecido entre os manos (irmãos), ganhou a nobre e sublime missão de “amparar e cuidar dos velhos”.
O fulano, numa altura, conheceu uma companheira. Esta, bem antes do estabelecido e previsto, achegou-se moradia adentro. Os anciões, numa ocasião posterior, partiram ao descanso derradeiro!
As gerações continuaram a sina da contínua renovação. Os novos advieram no lugar dos velhos! Os filhos nasceram na nova e reformulada família!
O infortúnio, numa altura da convivência, abateu-se sobre o cidadão. A depressão, não tratada, levou-o a efetivar a atitude extrema: tomar-se a própria existência.
Casa, instalações e terras ficaram no vazio. Os filhos, criados ao mundo, mantiveram seus interesses e negócios. O isolamento, em meio à solidão, exigiu novas medidas!
A companheira, povoada de saudosas lembranças, resolveu partir da moradia e lugarejo. O patrimônio, sem a presença da cara metade, carecia de maior importância e significado!
A viúva, na venda do espólio, rearrumou algum cantinho numa crescente cidade. O objetivo, no novo espaço, consistiu em ficar próximo a filhos e netos!
A procura, duma segunda parceira, mostrou-se um discreto desejo! Alguém muito especial unicamente interessava! A pessoa, com os muitos casados e comprometidos, encontrava-se difícil de encontrar e existir!
A existência, de certas realidades, justificam-se unicamente com a presença da parceria. Os intrusos, de maneira geral, relegam e vendem o patrimônio de gerações. O indivíduo procura o espaço onde a vida mostra-se mais fácil e interessante!

                                                                              Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”

Crédito da imagem: http://www.trekearth.com/gallery/South_America/Brazil/South/Rio_Grande_do_Sul/photo467089.htm

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