Um comerciante,
instalado nas grotas, fazia esporádicas carneações. As miudezas, chamarisco da
cachorrada, viam-se descartadas em lavagem aos suínos!
O carneador, diante
da astúcia e ousadia canina, passou a ter frequentes invasões. Os animais, das
alheias propriedades, afluíam às dezenas nas caladas da noite!
O bicharedo, até a manhã,
atacava e revirava o ambiente e recipientes! Um cenário de desorganização e
prejuízos! A bagunça via-se instalada!
O vendedor, numa
altura, indignou-se com aqueles constantes ataques e confusões. Ele, enraivado
e indisposto, pegou alguma graúda pedra!
O artefato, como improvisada
arma, viu-se arremessado com ímpar força. A peça, em cheio, acertou a pata
dianteira do azarado animal da primeira vizinha. O estrago foi à completa
fratura do membro!
O domesticado lobo,
com a parte fraturada e pendurada, passava diversas vezes diante do
estabelecimento. O cenário via-se de dor e pesar!
O autor e clientes,
nas idas e vindas, deparavam-se com a esdrúxula e dolorosa cena! O cidadão,
nalgumas noites de insônia em meio ao peso da consciência, lembrara-se da
desgraça originada!
A vizinhança, nos
seios familiares, comentava e repassava o sucedido! Os desconhecidos
interrogavam sobre a autoria de tamanha bestialidade!
Cuidado! O indivíduo,
em meio à extrema fúria e raiva, incorre em concretizar injustos atos. Estes, no
íntimo e no transcorrer do tempo, veem-se numa dor imprópria pior do que a
própria dor acarretada às vítimas!
Os bichos, de criação e estimação, carecem de culpa pelo
descaso e dificuldades dos donos. Os animais, mesmo bem cuidados e tratados,
seguem a lógica dos instintos. A vida, nalgum momento e situação, prega-nos
inusitadas e ousadas peças!
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem: http://www.casadolabrador.com/PASTOR/Pinicio.htm
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