O ancião, depois de
penosas décadas de trabalho, precisou tomar o indesejado caminho. A atrofia
mental e o dolorido corpo encaminharam a derradeira moradia!
Os filhos, estudados
e laboriosos, tomaram a direção das cidades. Eles, como profissionais liberais,
possuíam famílias e obrigações!
O tempo, a reparos
aos idosos pais, apresentava-se limitado e inviável! O jeito, com a
disponibilidade de dinheiro, consistia em apelar a terceiros!
As dificuldades e
fraquejos, a contragosto, obrigaram a abandonar a familiar casa. A situação ostentava-se
a maneira de resguardar das necessidades e solidões!
O senhor, uns dias
antes e junto aos amigos íntimos, comentou o detalhe da partida. O resumo, numa
informal conversa, comparou a partida a história vivenciada juntos as criações!
Ele, a semelhança dos
seus outrora bois de canga, tomaria o rumo do abatedouro. Os domesticados
bichos, de forma mansa e resistente, dirigem-se ao matadouro!
Os animais, de forma
velada, sabiam que dali jamais sairiam vivos! O lugar seria a última estada. Um
alívio das agruras dos doloridos e sofridos ossos!
O indivíduo, no
ancionato, tinha o idêntico caminho. Este, de bom senso, sabia da impossibilidade de sair vivo da
hospedagem!
A última viagem
revelaria-se o caminho do cemitério! A abençoada e longa existência, com
tamanhas experiências e vivências, achegaria ao desfecho dos dias!
O indivíduo, na proporção do avançar dos anos e fraquejar
das forças, sabe dos reais limites da vida. A necessidade de prestar contas
aconchega-se nalgum momento!
Guido Lang
“Pérolas do Cotidiano
das Vivências”
Crédito da imagem: http://www.clasf.com.br/q/junta-de-bois-zebu/
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