Um morador, na época do lugarejo ser um pacato distrito, acabou escolhido como subprefeito. Um honroso cargo, junto aos locais, como reformador das vias!
As estradas, com as chuvas de inverno, cedo viram-se esburacadas e lavadas. Buracos e rochas sucediam-se no leito da circulação.
O maquinário, num comboio de caminhões, patrolas e retroescavadeiras, adveio ao interior. Estes, em centenas de cargas, carregaram e espalharam cascalho e saibro (duma localidade a outra).
O trabalho, em síntese, consistia: “- Levar terra da segunda a primeira e, em seguida, da primeira à segunda”. O percurso, de uns trinta quilômetros, gerou enormes dispêndios!
O bom senso seria carregar e espalhar o material das respectivas comunidades. A quilometragem seria diminuta e o trabalho renderia bem mais!
Um contribuinte, diante do esdrúxulo desperdício, perguntou ao administrador do impróprio comportamento. Este, num momento, vacilou, porém respondeu!
O subprefeito, sem floreios e rodeios, disse: “- Precisa-se, diante do conjunto de moradores, aparentar o movimento de máquinas e trabalho!“
O resultado dobrou os dispêndios dos cofres públicos. Alguns espertalhões ganharam comissões! Os contribuintes, como tradicionais trouxas, custearam os onerosos serviços!
Certas histórias, pela anomalia, perpassam o relato de administrações e gerações. Dinheiro desonesto e fácil costuma cedo safar-se dos malandros. A coerência e honestidade permitem as boas referências e serenidade no travesseiro!
Guido Lang
“Singelos Fragmentos das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Obs.: História narrada por Lothário Dickel/Teutônia/RS.
Crédito da imagem: http://cidaderiodejaneiro.olx.com.br
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