A família, filha das
colônias, migrou à periferia urbana. A dificuldade, no salário, consistiu em
sair do aluguel. A aquisição de casa e terreno descreveu um conto de lutas!
O trabalho, da
família, foi labutar no chão das fábricas. Os rebentos, nas escolas públicas, falharam
na chance de quebrar o elo da baixa qualificação e remuneração!
A situação, no desfecho
dos meses, assumia aquela novela. A baixa estima, de atormentado e preocupado, decorria
das carestias. As sobras viam-se reunidas nas migalhas!
Os membros espremiam e
reuniam-se nos consumos. O dinheiro, na imprópria gerência, escorria entre
dedos e mãos. O estômago, na vontade de degustar, pagava nas privações!
Pais e filhos, somados
de genros, noras e netos, satisfaziam-se no pouco. Os dias finais, anterior aos
pagamentos, assumiam ares de eternidade. O desânimo floria no ambiente!
O descontrole, de
gastos com veículos, inviabilizava fechar o orçamento. Algum extra ou pico reforçava
verba. Os desejos de consumo consistiam nas intermináveis conversas!
Os apetites, nas contínuas
ofertas de vendas, precisaram ser contidos. Os bolsos, nas despesas de toda
ordem, viram-se impossibilitados de comportar despesas e obrigações!
Os assalariados obrigam-se
a se espremer na inflação. O remanejamento de preços dilui o poder de compra. A
moeda, na corrosão, compra e custeia continuamente menos!
A palavra não, nas intermináveis ofertas, desponta como
sinônimo de sabedoria. O indivíduo, na
carência do dinheiro, passa fome nas cidades!
Guido Lang
“Crônicas das
Vivências”
Crédito da imagem: http://msgdeluz.blogspot.com.br/
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