Um medroso assalariado,
nas penumbras das manhãs, dirigia-se ao local do trabalho. A vizinhança, diante
do despertar da cachorrada, via-o caminhando pela estrada geral.
A função, junto ao
transportador, consistia em recolher leite (nos inúmeras tambos das propriedades
coloniais). Ele, nas suas idas e vindas, passava defronte ao cemitério
comunitário.
Três malandros,
conhecedores do hábito matinal, resolveram aprontar mais umas das suas muitas e
variadas peças. Estes, com um lençol branco estendido sobre as cabeças e corpos,
deram-se ao trabalho de aguardar o fulano.
Este, na achegada em
meio ao chão batido, deparou-se com aquele estranho e ímpar vulto. O susto e
temor, de imediato, abateu-se sobre o ser. Algum fantasma, como finado ente (saindo
dentre os muitos jazigos), assustou-lhe deveras. O camarada, por um momento,
parecia estático!
Os três, no ato e debaixo
do pano, saíram cemitério afora. O indivíduo, no ínterim, ameaçou ajuntar uns
bons e graúdos cascalhos (como arma e defesa). Os improvisados fantasmas, com
as eventuais pedradas, igualmente ficaram em pânico. Eles, como um raio, correram
adoidados e desnorteados.
A vítima, na prática,
recolheu unicamente suas havaianas (com razão de poder correr melhor).
Resultado: Os quatro elementos meteram-se em apuros e sustos. As pernadas,
diante do repentino esforço e medo, pareciam fraquejar na eficiência e
trabalho!
O indivíduo, com seres em apuros e desesperados, desconhece
a reação. As histórias, de assombrações e fantasmas, povoam o imaginário
popular. Alguns malandros, com as crenças e temores alheios, adoram fazer sua
diversão e passatempo.
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Obs.: História narrada por Ari Wasen (conhecido como "Polett") de Languiru/Teutônia/RS.
Crédito da imagem: http://gabrieldesaix.blogspot.com.br
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