Os filhos viram os
pais perecerem. A tradicional moradia familiar ficou desocupada e ociosa. A
desocupação, num interminável tempo, significaria inviabilizar o patrimônio.
A solução, como
alternativa, consistiu em alugar as peças. Os herdeiros, na singela comunidade,
poderiam ganhar alguns dividendos em aluguel (com razão de suavizar a
depreciação e manutenção do imóvel).
Um desconhecido e forasteiro
chegou e apresentou-se como inquilino. Este, como amigável e bem falante,
ganhou a confiança e cedência. As diversas peças, como área, cozinha, dispensa,
sala e quartos, viram-se alugadas e ocupadas.
A inovação e ousadia,
num dos quartos, valeu-se em dias como especial dormitório. O inquilino, numa
criação inimaginável, improvisou o tradicional galinheiro. As aves, em semanas
e meses, avolumaram quantidades acentuadas de fezes. Os piolhos tornaram-se uma
inconveniente companhia!
Os herdeiros, para
desfazer e romper o contrato, gastaram dinheiro. Estes, do inquilino, ouviram
aquilo que não esperavam. Outra pena, como lição, consistiu em subtrair os
volumes de esterco. A fama, como antigo dormitório de galinhas, pegou de cheio
nas conversas!
Os proprietários conscientizaram-se
duma velha lógica: os bons e caprichosos dificilmente alugam imóveis. Eles, com
as muitas facilidades de crédito e financiamento, tratam de edificar seu
imóvel. Os desleixados correm atrás dos favores e préstimos alheios!
Os inquilinos, de maneira geral, significam sinônimo de
aborrecimentos e transtornos aos proprietários. O patrimônio alheio, aos
carentes e despossuídos, carece da real compreensão das dificuldades de
avolumar e construir o imóvel. As diferenças de interesses e mentalidades,
entre forasteiros e naturais, mostram-se uma sina!
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Crédito da imagem: http://www.baixaki.com.br
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