Quatro famílias de
austríacos, nos idos de 1873, instalaram-se numa periferia da Colônia Teutônia
(atuais terras da Linha Brasil/Paverama/RS). Estes, como fervorosos católicos, compraram
lotes na margem da colonização protestante (de evangélicos luteranos).
Os colonizadores,
liderados por Wenzel Reckziegel, Wilhelm Schaurich, Josef Tischer Pai e Josef
Tischer Filho, acabaram literalmente atirados/instalados na mata virgem. Estes
precisaram encontrar meios de sobrevivência nas novas terras. Uma destas
relacionou-se as caçadas dos porcos-do-mato (conhecidos como caititu/cateto –
nome científico: Tayassu tajacu).
Os animais, no
interior da Floresta Pluvial Subtropical, mantinham estradas/trilhas e formavam
“verdadeiros bandos”. Alguns cachaços, com afiados e grandes dentes (como
navalhas), coordenavam as inúmeras varas. A espécie, por séculos, perambulava
entre a vegetação nativa do Brasil Meridional.
Os colonos/forasteiros,
para apanhar e precaver-se dos animais, improvisaram excepcionais tocaias.
Estes, com a abundância de madeiras, construíram reforçados currais. A
edificação, depois de boas horas de labuta, localizava-se no meio de amplos trilhos
(debaixo de centenárias figueiras).
Umas escorregadias
portas, na proporção de algumas mexidas, faziam cair às peças (cerrando os
cercados). Algumas iscas, em forma de cereais e frutas silvestres, foram os chamariscos
(acrescidos no interior das edificações). A solução, com observação e paciência,
consistiu em aguardar resultados!
A alegria e
satisfação ocorreu no período de horas. As famílias, em três oportunidades, apanharam: treze; três; uma presa. Totalizando, ao final, dezessete animais apanhados. Outros da espécie, depois do desespero
dos irmãos, sumiram e negaram-se a enveredar nas armadilhas. Estes também possuem
seu código de comunicação e sobrevivência!
Os primórdios da colonização ostentaram-se numa luta
incessante pela conquista de palmos de solo para as criações e plantações. Sólidas
famílias, através dos hábitos e sobrenomes, mantém ativo as sementes lançadas
pelos pioneiros. As comunidades e gerações, sem maiores apontamentos e
registros das vivências, somem-se nas cinzas da História.
Guido Lang
“Singelos Fragmentos
das Histórias do Cotidiano das Vivências”
Obs.: História narrada
por Verno Reckziegel da Linha
Brasil/Paverama/RS.
Crédito da imagem:http://www.flickr.com/photos/photobee1/8153611040/
Nenhum comentário:
Postar um comentário