Os filhos das
colônias, nos laços de sangue, conhecem-se nas origens. Velhas disputas abriram
e deixaram estigmas no tempo. A memória oral trata de manter vivo ocorrências.
As histórias, na carência de cair nos idênticos ambíguos, servem de aula e
narrativa.
A dita-cuja, na condição
de ostentar única filha, exteriorizou espécie de testamento. A sugestão, na adiantada
idade, arrolou-se ao tradicional domínio rural. O domicílio, instalações e solos,
no dia da ausência, precisaria de destinação e proveito.
A herdeira, na
condição de habitante da cidade, apresenta desapego pela continuação. A
propriedade, na sensata estação, cai “nas estranhas mãos”. O imóvel acabará
disponível no comércio. A gente nova, no curso das migrações, aconchega-se e esvai-se
pelos ambientes.
O conselho expresso,
ao sobrinho e vizinho, versa em jamais vender o rancho. O adjunto promoveria a
junção das propriedades. As concorrências, nas décadas de coexistência, aferraram
ciúmes e pendências. As rixas, em velhas heranças, ousam desafiar no tempo.
O êxito, em meio a
aparentados, amola na concorrência. A cobiça acentua-se na proporção da camaradagem
e laços de sangue. As antigas disputas impossibilitam a junção da riqueza original.
As terras, na afeição ao domínio e morada, revelam-se ardor do residente rural.
Certeiros
buchichos, nas contendas, transcorrem há gerações. Os acontecidos podem ser anistiados
e referidos, contudo nunca esquecidos e ignorados.
Guido Lang
“Singelas Crônicas
das Colônias”
Crédito da imagem: www.jales.net.br
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