terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O requinte de crueldade


O ancião, no lugar da internação, caía na dúvida e excitação. O celular, no manobro dos vários dispositivos, parecia desregulado ou estragado. A solução, no entendido da eletrônica, incidiu em requerer instrução ou reparo. O especialista, na destreza, aferiu no “toque de mágica”. As funções, no ligeiro e simples, funcionavam no pleno intento. O senil, no atinente instante, principiou emperrado e melindroso choro. O perito, no assombro, impetrou desculpas. Os acidentais ultrajes, no cochilo, poderiam ter ocorrido. As ligações, no assentado número, faltaram na multiplicidade de ensejos. O idoso, no ambiente familiar, contou que sentia-se abandonado. Os familiares, em enxertos, filhos e netos, cultivaram descaso da presença. O recinto, no abrigo de velhos, calhava no depósito. Os jovens, na preocupação da folga e folia, perpetraram apatia. As pessoas, no tempo, esquecem-se do acaso e modelo. Os humanos, em achegados e análogos, externam requinte de crueldade.

Guido Lang

“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://www.providacirurgica.com.br/
Imagem meramente ilustrativa.

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