sábado, 10 de outubro de 2015

Os sinais da tecnologia


As árduas chuvas, no corriqueiro das primaveras, advieram nas colônias. Os residentes, nas lidas das propriedades, caíram na dificuldade dos afazeres e serviços. Os excessos, na umidade, criaram encharcados solos e valos. As atividades, na essência das lavouras, pintaram no ensopado e inexecutável. Os abrigos depararam ajustados e arranjados. As ferramentas assumiram-se afiadas e armadas. As lenhas averiguaram-se abrigadas e cortadas... Os antigos, no outrora, doaram-se na função da erradicação. As guaxumas, no decurso das ocasiões, sobrevinham no simples ajusta e arranca. A lida manual, no inço disseminado aos quadrantes, auferia fácil extração. O mister, no fraquejo das raízes, decorria no intervalo das precipitações. O ofício, no advento dos herbicidas, advém no conto e deboche. Os jovens, na obra, gozam do método e tempo. As tecnologias, no universal, extinguiram atribuições e profissões. A faina manual, na era das ciências e técnicas, ocorre na visão de arcaico e excedido.

Guido Lang
“Fragmentos de Sabedoria”

Crédito da imagem: http://territoriodobrincar.com.br/biblioteca-cat/olhares-brasil/olhar-para-comunidades/comunidade-alto-santa-maria/ - Foto de Renata Meirelles

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