O
Avante, em 04 de novembro de 1991, finalizou meio século de história. O clube,
na época avocada Linha Catarina/Estrela e Boa Vista/Estrela, foi criado na Boa
Vista Fundos/Estrela (atual Linha Boa Vista Fundos/Teutônia). O futebol amador foi
introduzido pelos irmãos Armindo e Carlos Sabka. As denominações foram “Grupo
União de Futebol” (1941), “Esporte Clube Avante” (1942-1975) e “Sociedade
Esportiva Avante” (1975-1991). O nome sociedade adveio com a necessidade de
oficializar a fundação e criar os estatutos. O clube, em 1976, queria
participar da “Taça Centenário de Estrela”. As contribuições públicas, em
verbas municipais, entraram igualmente no mérito da alteração de denominação.
A
fundação, ante autarquias públicas, ocorreu em 1 de outubro de 1976. A reunião,
nas dependências do Salão Lauro Brackmann, reuniu associados: Manfredo e
Selvino Tiggemann, Elton e Lauro Brackmann, Olavo Dickel, Lauro Strate, Anselmo
e Sílvio Bayer, Helmo Schäefer, Edgar Beckmann, Ervino Plantholt, Selmiro Lamb,
Ivo Driemeier, Dário Frederico Lang, Flávio e Hário Fensterseifer, Bernardo e
Délio Bayer, Arthur Ohlweiler, Célio e Helmudt Lang. A diretoria eleita foi:
Selvino Tiggemann e Lauro Brackmann (presidente e vice), Olavo Dickel e Lauro
Strate (tesoureiro e vice), Sílvio Bayer e Elton Brackmann (secretário e vice),
Helmo Schäefer e Hário Fensterseifer (conselheiros).
O
Avante, em lugares (potreiros), manteve os campos nas propriedades de Levinus
Musskopf (1941-1955), Anita Lang Driemeier (1955-1965), Arnildo Birkheuer
(1965-1979) e sede própria (1979-1991). A área, na instalação definitiva, foi
adquirida de Arnildo Birkheuer (1978-1979). As cores iniciais foram o vermelho
e branco (1941-1976) e mudou, na Taça Centenário de Estrela (1976), para azul e
branco. Alguns presidentes foram Armindo Sabka, Erno von Mühlen, Lauro
Brackmann, Selvino Tiggemann (1969-1977), Helmo Schäefer (1978-1980, 1985-1987,
1990), Helvino Brackmann (1988), Ervino Plantholt (1982-1983), Herbert Müller
(1984) e Carlos Roberto Dickel (1989).
O grupo,
sob sugestão de Lauro Brackmann (1971), abraçou a figura do técnico. O time, no
antecedente, via-se escalado pelo capitão (escolhido no conjunto da diretoria e
jogadores). Alguns salientes capitães foram Norberto Strate, Leopoldo Messer,
Rude e Nelson Strate, Edgar Beckmann, Miro von Mühlen, Délio Bayer, Norberto
Dickel, Flávio Fensterseifer, Welson Ohlweiler... Os treinadores de expressão
foram Dário Frederico Lang (1971-1984), Olavo Dickel (1984-1988), Carlos
Roberto Dickel (1989-1990) e Sérgio Klein (1991).
As
curiosidades, no distinto, relacionam-se a destacada atuação, na obtenção do
sétimo lugar (classificação geral), na Taça Centenário de Estrela; jogador
titular por mais tempo (Edgar Beckmann); presidente por maior número de gestões
(Helmo Schäefer) e gestões seguidas (Selvino Tiggemann); treinador de maior esforço
e tempo (Dário Frederico Lang); atletas com pernas fraturadas (Dário Frederico Lang
e Anselmo Bayer); tradicionais rivais do clube (Esporte Clube Boa Vista/Boa
Vista, Grêmio Esportivo Catarinense/Linha Catarina e Esporte Clube
Flamengo/Germana Fundos); os principais artilheiros foram Norberto Strate e
Ervino Plantholt; e o principal zagueiro foi Flávio Fensterseifer...
Alguns
destaques esportivos foram: Lothário Lang (goleiro), Norberto Strate (centromédio),
Raimundo Strate (aficionado torcedor), Valmir da Rosa/Padeirinho (centroavante),
Aiton Röhring/Babá (cobrador de faltas e chutes potentes) e Lori
Strate von Mühlen (chefe da torcida feminina).
O
princípio filosófico dos jogadores havia em jogar “pelo amor a camiseta” e não
ser pago na atuação; a procedência dos atletas, no primordial, advinha da
própria localidade, Boa Vista do Meio e, no esporádico, das linhas circunvizinhas...
A bandeira, em 1976, foi idealizada por Dário Frederico Lang. A confecção foi
feita pela costureira Lori Strate von Mühlen. A flâmula assumia a cor azul com
listra branca (na inscrição interior Esporte Clube Avante).
A
fase negra, na história, ocorreu em 1958-1959 e 1961-1965, com o fechamento
temporário das atividades. As razões ligaram-se a evasão de atletas (atuaram em
outros quadros) e falta de interessados na gestão esportiva. A reabertura
oficial, sob liderança de Edgar Beckmann (no potreiro treino dos domínios de Élio
Ferrari e Willibaldo Strate), ocorreu na companhia de Domingos da Silva,
Atalíbio de Souza, Dário Frederico Lang e Élio Ferrari. O campo provisório, aos
treinamentos, funcionou no potreiro de Arthur Ohlweiler.
O
esporte amador, através do Avante, serviu como forma de ajuntamento e
entretimento dos residentes. As localidades, nas entidades co-irmãs
(circunvizinhanças), viam-se visitadas e a linha frequentada. Os atletas, até
1976, precisaram adquirir seu respectivo fardamento esportivo. A contribuição,
na passagem de caminhão (carroceria aberta), ocorria igualmente entre jogadores
e torcedores. A prática, na real, mantinha-se onerosa e constituía-se nos escassos
lazeres (além dos bailes, caçadas, festas, passeios e pescarias). O
deslocamento, no início, fazia-se a cavalo (nos locais próximos). O
deslocamento rodoviário iniciou nos primórdios dos anos cinquenta...
O
esporte amador, no exercício, alterou hábitos coloniais. Os jogos, na paragem,
passaram a ser espaços das reuniões dos moradores e visitantes. As visitas, em
famílias, foram paulatinamente relegadas ao nível secundário. O campo, junto no
salão/venda, passou a ser local de ajuntamento dos naturais. A mocidade, nos
feriados e sábados (passatempo), ensaiava acirrados exercícios e treinos. Os
namoros e negócios, entre brincadeiras e conversas, tomavam curso nas
convivências. O clube, no restrito número de ex-moradores e residentes, mantém
aferrados torcedores.
(Fonte: Guido Lang, enquete com Dário Frederico
Lang e vivências privadas na entidade).
Crédito da imagem: http://www.jrgasparotto.com/?op=noticia&id=59