A presença de
roedores, no cotidiano das propriedades, obriga os coloniais a adotarem gatos.
Estes, junto a cachorrada, são uma presença nos seios familiares. Os felinos,
de maneira geral, são os únicos animais domésticos com acesso ao interior das moradias.
Eles, em função de hábitos e mimos, assemelham-se a membros familiares. Eles,
nos horários determinados/próprios, querem a devida atenção, carinho e trato.
As moradias, na
ausência de gatos, cedo vêem-se infestados de ratos. Estes, dos brejos, lavouras
e matos, afluem em direção do interior das instalações. A proliferação
ostenta-se geométrica/meteórica. Algumas ninhadas, em dias e semanas, infestam
ambientes inteiros. Uns moradores insistem nas diversidades de venenos. Eles gastam
fortunas e nada de extinguir a indecência/praga. Uns poucos roedores morrem e
outros “tiram a lição da abstinência/perigo”.
A esperteza da
espécie revela-se acentuada e há alguns membros parece faltar somente a fala. Os
proprietários, nos lugares menos imaginados e próximos, encontram as ninhadas.
Pode-se, em curtas palavras, dizer: “- debaixo dos próprios pés ou nariz”.
A solução, como economia
e eficiência, consiste em adotar alguns poucos gatos. Estes, com sua mera
presença, impõem o controle da população e ensinam o devido respeito aos ratos.
O simples miar serve de pretexto para procurar outros ambientes e espaços. Os
donos precisam optar entre a inconveniência dos ratos ou a ousadia dos gatos. Estes,
em quaisquer espaços, costumam afiar as unhas e largar pêlos.
A espécie felina cedo
multiplica-se em vários membros e os donos não conseguem criar todos os
filhotes. As brigas dos machos, nas caladas das noites, tiram o sono de quaisquer
viventes. Estes estabelecem brigas homéricas em função das fêmeas. Os
proprietários resolvem-se um problema e cedo criaram outro (como mostra-se
comum nos diversos afazeres em geral da vida).
Os felinos possuem
uma astúcia e ousadia ímpar. Estes, como animais domésticos e pacíficos (na
aparência), podem em segundos tornarem-se feras. Quaisquer ameaças e perigos transformam-nos
em animais agressivos e violentos. Estes, em função de comida, tornaram-se adversários
ferozes da cachorrada. As duas espécies, na convivência dos seios familiares, cedo
entram em conflitos e desentendimentos. As espécies suportam-se, porém não se
amam.
Uma crendice formou-se
em relação aos criadores e gatos. As pessoas, de boa formação e índole, costumam
adorar e mimar os felinos. As partes vivem numa afinidade espiritual muito
grande. Os elementos, de espírito deturbado/impróprios, conforme a versão da
experiência colonial, teriam extremas dificuldades de estabelecer bons
relacionamentos e vivências. “Os falcatruas” testariam os animais (sobretudo no
interior das moradias e pátios). A agilidade e astúcia felina incomodaria assim
como os animais pressentiriam o mau gênio. A extrema sensibilidade animal detectaria
os maus presságios.
Outra concepção
colonial, na tradicional convivência, estaria ligada a sorte. Esta crença
consiste: “Quem maltrata os gatos, pouca sorte ostentaria nos empreendimentos e
negócios”. Um fato, “na observação dos bastidores das famílias”, repara-se nos
inúmeros lares do meio colonial. Quaisquer animais domésticos, a grosso modo,
são o perfeito retrato do espírito dos seus donos. As dificuldades e a pobreza,
na tradição oral, costuma instalar-se em quem desgosta e maltrata os bichos.
Estes, não por mera casualidade, foram considerados, numa época, como deuses no
Antigo Egito.
O indivíduo, em harmonia com os espíritos menos
evoluídos, ganha facilidades em sintonia com os mais instruídos. Gatos, para os
aficionados criadores, inspiram lições de agilidade e esperteza. Os felinos, na
proporção de habitarem certos ambientes, costumeiramente apegam-se as casas.
Guido Lang
“Singelas Histórias
do Cotidiano das Colônias”
Crédito da imagem: noticias.r7.com
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